Adolescente se revolta ao descobrir que será ‘vendida’ a futuro marido em tribo do Quênia.

Em cerimônia que dura dois dias, meninas sofrem mutilação genital e são obrigadas a se casar com desconhecidos

No Quênia, homem leva menina, à força, para cerimônia de casamento, depois que ela tentou fugir - SIEGFRIED MODOLA / REUTERS

BARINGO, QUÊNIA - Cenas como estas, retratadas pelo fotógrafo Siegfried Modola, da agência de notícias Reuters, são comuns no Quênia, onde as meninas, ainda adolescentes, são forçadas a se acasarem com homens escolhidos por suas famílias. Na verdade, o matrimônio é uma espécie de negócio em algumas tribos onde a mutilação genital das meninas também é praticada como um rito de passagem para a vida adulta. Em uma aldeia a cerca de 80 quilômetros da cidade de Marigat, no condado de Baringo, a jovem retratada nas imagens acabara de ser vendida a seu futuro marido por 20 cabras, dez vacas e alguns camelos, pagos a sua família ao longo de várias semanas. E a reação dela foi de partir o coração.
Homem segura menina que tenta escapar ao descobrir que terá que se casar com homem escolhido por seus pais - SIEGFRIED MODOLA / REUTERS
Vestida com roupas de cores exuberantes e pérolas, especiais para a cerimônia, ela tentou escapar, dando socos e chutes com os pés descalços, mas um homem agarrou-a por trás e puxou-a para longe de sua casa. As cenas aconteceram no último fim de semana na tribo Pokot e retratam uma tradição antiga: os pais estão acostumados a entregarem suas filhas, geralmente no início da adolescência, para seus futuros maridos. As meninas são sempre vendidas por um dote e casadas com homens da tribo.
A família da jovem explicou que ela não sabia sobre a negociação que seu pai havia feito com seu futuro marido. Eles temiam que a menina escapasse se soubesse que seria obrigada a se casar. Então um grupo de homens da tribo foi até a casa da família para buscá-la e levou-a diretamente para a cerimônia.
Homens da tribo Pokot, no Quênia, seguram garota antes da jovem ser levada por outro grupo para cerimônia de casamento - SIEGFRIED MODOLA / REUTERS
Na tribo Pokot, a circuncisão feminina é vista como uma transição da adolescência para a vida adulta. Embora agora o procedimento seja ilegal no Quênia, essa tribo ainda obriga todas as meninas a passarem pelo ritual antes do casamento. A prática também é conhecida como mutilação genital feminina e, em muitos países, é considerada uma violação dos direitos humanos. Ela pode levar a hemorragias graves, infecções, infertilidade e morte. Cerca de 125 milhões de meninas e mulheres em 29 países da África e do Oriente Médio já passaram por isso, de acordo com as Nações Unidas.
Durante o fim de semana, a tribo Pokot realizou a cerimônia de iniciação com as meninas em transição para a vida de “mulher adulta”. Mais de 100 adolescentes participaram da cerimônia, que incluiu um ritual em que elas perfuram um novilho. Os homens da comunidade, em seguida, mataram o animal com um golpe na cabeça e uma lança atravessada no coração. As meninas na comunidade cantaram e dançaram toda a noite e durante o dia seguinte na cerimônia de iniciação. No final, elas foram autorizados a dançar com os meninos, sob supervisão dos anciãos.
Homem leva menina de volta para casa, depois que ela tentou escapar ao descobrir que teria que se casar com escolhido pela família - SIEGFRIED MODOLA / REUTERS


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