Paulo André NunesManaus (AM)
Independentemente de ser estudioso ou não, a área penal sempre despertou atenção do grande público, haja vista o destaque que a mídia dá ao noticiário policial. Nesse sentido, se você ainda não visitou, uma ótima oportunidade de “entrar nesse clima” é ir gratuitamente ao suntuoso Palácio da Justiça, na avenida Eduardo Ribeiro, Centro Histórico da capital, e conhecer a exposição “Do Crime ao Castigo”, ou o simplesmente o “Museu do Crime”, um acervo que traz arquivos históricos de delitos que aconteceram não apenas em Manaus, mas também no País e mundo.
A curiosa amostra foi concebida pelo juiz Adalberto Carim Antônio com supervisão do historiador e servidor judiciário Sidney Level de Brito, tendo sido inaugurada em 30 de junho de 2014, funcionando primeiramente no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), na avenida André Araújo. Em 2015, o Museu passou para a ser responsabilidade da Secretaria de Estado da Cultura (SEC) e foi transferido para o Palácio da Justiça onde, sob curadoria da museóloga Vera Ferreira, ganhou mais peças, vídeos e um caráter educativo e cultural.
O local abriga uma cela com dizeres de crimes famosos em todo o mundo
O local é dividido em cinco áreas: painel “Entre o Direito e a Justiça”, “Sala dos Crimes”, “Tribunal do Júri”, “Sala Secreta” e “Sala das Penas”. Não vá pensando em encontrar um grande acervo de peças relacionadas a ocorrências criminais: o grande “barato” não é esse, e sim adentrar os salões e entrar literalmente no clima, por vezes pesado, da área criminal
O primeiro desses salões traz vários destaques, como objetos utilizados em crimes, como autênticas armas antigas. Ao lado delas, uma motosserra, evidenciando não um crime a La o filme “Massacre da Serra Elétrica”, mas caracterizando os crimes ecológicos na Amazônia. O mesmo espaço traz uma pedra em aço resultado de armas derretidas.
As máscaras, um dos principais equipamentos utilizados por criminosos, estão lá também: tem até de “fantasmas”, pessoas sorridentes e uma imitando o sanguinário personagem “Jason”, do filme “Sexta-Feira 13”.
E uma balaclava, que é uma touca ninja confeccionada com malha de lã que se veste de forma ajustada na cabeça até o pescoço. Há também processos jurídicos textuais de crimes.
Equipamentos de contravenção, como duplicadora de DVDs e caça-níqueis, estão no acervo
Outro grande destaque é um painel fotográfico que relata o famoso caso “Delmo Campelo Pereira”, crime ocorrido em Manaus em 1953, que teve repercussão nacional: o personagem assassinou um taxista e acabou trucidado por vários outros taxistas revoltados, um dos crimes mais famosos da história de Manaus.
A sala ao lado traz uma cela onde discos mostram tipos de penas, métodos de execução curiosos (como a crucificação e o “Touro de Bronze”) e assassinos famosos como Charles Manson, fundador e líder de um grupo que cometeu vários assassinatos nos Estados Unidos no fim dos anos 1960, entre eles o da atriz Sharon Tate.
Imagens relativas ao famoso Caso Delmo ocupam boa parte da exposição no Palácio da Justiça
No “Tribunal do Júri”, o visitante volta no tempo dos julgamentos clássicos, com máquina datilográfica e mobiliário antigo, literalmente de lei, inclusive com urna depositária das cédulas dos jurados. A “Sala Secreta” traz vídeos sobre crimes e a das “Penas” recria o espaço onde magistrados se reuniam.
Serviço
O quê: Exposição “Do Crime ao Castigo”
Onde: Palácio da Justiça, na avenida Eduardo Ribeiro, Centro
Quando: segunda a sábado de 13h às 17h e domingos de 11h às 15h
Valor: entrada gratuita
Contato: (92) 3248-1844
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